Paraná reforça orientações para combater o greening na citricultura
- 30/11/2023
Representantes da Câmara Técnica de Combate ao HBL, doença
que vem preocupando os produtores de citros no Paraná, estão expandindo as
atividades do Plano de Ação para conter o avanço da doença.
As metas do Plano de Ação incluem atividades na área da
comunicação, para que as informações sobre o combate à doença sejam bem
disseminadas no campo; proibição do comércio irregular de mudas cítricas, que
são vias de disseminação de pragas e fomentam a implantação de pomares sem
acompanhamento técnico adequado; o controle do inseto vetor Diaphorina citri; o
levantamento da incidência de HLB; e a eliminação de plantas doentes.
Na última semana, o plano foi apresentado a produtores e
lideranças de Mauá da Serra pelo coordenador do Programa de Certificação,
Rastreabilidade e Epidemiologia Vegetal, Juliano Galhardo. "Esse documento
lista ações até junho de 2025 que devem envolver governo estadual, prefeituras,
produtores, entidades, cooperativas e indústrias", disse.
O HLB ou greening dos citros é uma praga severa, de rápida
disseminação e sem controle. Ele afeta seriamente as plantas cítricas,
principalmente devido à morte prematura de planas dos frutos, que resulta em
redução da produção.
O gerente de Sanidade Vegetal da Adapar, Renato Young Blood,
explica que a citricultura tem alta relevância econômica e social para o
Estado, em particular em municípios das regiões Norte e Noroeste. “Essa doença
não tem tratamento e o controle precisa ser preventivo. Os citricultores
precisam se conscientizar da necessidade da eliminação das plantas cítricas com
HLB, do controle efetivo do inseto vetor e da eliminação sistemática de plantas
doentes”, disse.
A área ocupada pela citricultura no Paraná é de
aproximadamente 29 mil hectares, sendo 20,5 mil hectares de laranjas, 7 mil
hectares de tangerinas e 1,5 mil hectares de lima ácida Tahiti, segundo dados
de 2022 do Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP), compilados pelo
Departamento de Economia Rural (Deral).
AÇÃO ANTECIPADA – Mesmo antes da oficialização do Plano de
Ação, técnicos do Sistema Estadual de Agricultura (Seagri) estão trabalhando
para orientar os produtores. É preciso evitar a compra de mudas clandestinas,
que representam riscos para os pomares, eliminar as plantas doentes e fazer o
controle do inseto com orientação de um técnico capacitado. Esse controle
inclui a adoção de inseticidas químicos e biológicos com eficiência comprovada.
Além disso, a boa adubação, irrigação e cobertura vegetal
aceleram o desenvolvimento da planta e reduzem a exposição, pois a transmissão
é mais frequente em brotos do que em folhas maduras.
Neste segundo semestre, a Adapar, o Instituto de
Desenvolvimento Rural do Paraná Iapar-Emater (IDR-Paraná) e a Secretaria
Estadual da Agricultura e do Abastecimento (Seab) também publicaram uma Nota
Técnica que orienta a sociedade e os diversos segmentos da cadeia produtiva da
citricultura sobre a gravidade da doença, a obrigatoriedade no cumprimento da
legislação fitossanitária vigente e sobre a adoção rigorosa das medidas
técnicas para enfrentamento.
Em agosto, aconteceu uma operação para baixar a incidência
do greening com 40 servidores da Adapar envolvidos diretamente nas ações em
mais de 300 pontos georreferenciados de 13 municípios. O trabalho foi feito
tanto em pomares comerciais quanto em propriedades rurais e urbanas com frutas
para consumo familiar.
REDUÇÃO DE PRODUÇÃO – No Brasil, a bactéria Candidatus
Liberibacter asiaticus (CLas) é a principal causadora do HLB. A doença afeta
plantas de praticamente todas as espécies cítricas. Os frutos ficam menores,
deformados, podendo apresentar sementes abortadas, açúcares reduzidos e acidez
elevada, o que deprecia o seu sabor, diminuindo a qualidade e o valor
comercial, tanto para consumo in natura como para processamento industrial.
A doença também causa a senescência de todas as partes da
planta cítrica, o que pode levar à morte precoce, reduzindo a vida útil dos
pomares. Praticamente todas as espécies e cultivares comerciais de citros são
sensíveis ao greening, independentemente do porta-enxerto utilizado.
Com Inf: AEN | Foto: Jaelson Lucas
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