CPI ouve ex-árbitro suspeito de interferir em resultados de jogos
- 14/05/2024
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Senado que
investiga manipulação de resultados do futebol e fraudes de apostas esportivas
terá nesta segunda-feira (13) uma sessão secreta para ouvir o ex-árbitro de
futebol Glauber do Amaral Cunha.
Há suspeitas de que o ex-árbitro tenha cobrado propina após
interferência no resultado de um jogo do campeonato carioca. As suspeitas
ganharam força com depoimento (também em sessão secreta) do dono do Botafogo, o
empresário John Textor, em abril.
"A convocação de uma sessão secreta se faz necessária
para proporcionar um ambiente no qual o depoente se sinta confortável para
compartilhar detalhes cruciais sem receio de represálias ou comprometimento de
sua segurança pessoal ou profissional. A confidencialidade é fundamental para
garantir a cooperação total do depoente e para preservar a integridade do
processo de investigação", justificou o senador Carlos Portinho (PL-RJ),
autor do requerimento em que é pedida a reunião secreta para ouvir o ex-árbitro.
Manipulação
Em depoimento, Textor reiterou aos parlamentares que tem
provas sobre manipulação de partidas do Campeonato Brasileiro de futebol de
2022 e 2023. As denúncias constam, segundo ele, em análises de jogos da Good
Game!, empresa francesa que avalia arbitragem com ajuda de inteligência
artificial.
Durante a sessão secreta, o dono do Botafogo teria
apresentado nomes de possíveis envolvidos, entre jogadores, árbitros e
dirigentes. "Não venho com evidências de pagamentos em dinheiro. A nossa
evidência diz como os jogos são manipulados e não o porquê, a motivação",
afirmou Textor sobre o tipo de denúncia.
"Não venho aqui para ganhar um troféu ou ser
congratulado. O que nós descobrimos não é nada diferente do restante do mundo,
Bélgica, França, toda a Europa. A manipulação de resultados [no esporte] é uma
realidade, e devemos deixar nossa paixão de lado e o que ocorreu no ano passado
pode ter ocorrido outras vezes", acrescentou.
Textor também falou sobre a existência de um áudio que
comprometeria um árbitro. O dono do Botafogo já havia declarado que clubes como
São Paulo e Palmeiras teriam sido beneficiados, mas reforçou que não fazia
acusação aos times nem aos seus dirigentes.
Agência Senado/Agência Brasil | Foto: Reprodução
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