Cidades gaúchas receberão repasse extra do fundo dos municípios
- 20/05/2024
O governo federal anunciou nesta sexta-feira (17) um repasse
adicional de uma cota do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) para 47
cidades gaúchas que, conforme a classificação feita pelo governo do estado,
estão em calamidade pública em decorrência das chuvas. A medida representa a
injeção extra de R$ 192,7 milhões, a ser feita em parcela única, autorizada por
duas medidas provisórias. De acordo com o governo, o adicional cairá nas contas
municipais no fim da próxima semana. O repasse foi anunciado durante reunião do
presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ministros do governo e prefeitos gaúchos
organizados em torno da Federação das Associações de Municípios do Rio Grande
do Sul (Famurs).
"Os prefeitos não têm que ter nenhuma preocupação de
dizer para o governo federal o que eles estão precisando, o que está faltando,
o que estragou, o que não estragou, o que precisa ser consertado ou não. E o
governo federal também tem que ter a mesma honestidade, a mesma firmeza de
dizer para os prefeitos o que nós vamos fazer, o que nós podemos fazer",
afirmou o presidente Lula durante a abertura da reunião com os prefeitos,
realizada por videoconferência.
O pedido de pagamento da cota-extra havia sido feito pela
Famurs essa semana, e inclui também uma série de outros pedidos, como um fundo
de compensação de arrecadação dos municípios, para repor perdas projetadas de
impostos, além da suspensão do pagamento de dívidas junto a bancos públicos,
nos moldes da suspensão concedida pelo governo federal sobre a dívida do estado
com a União.
O FPM é um fundo composto por 22,5% da arrecadação da União
com o Imposto de Renda (IR) e com o Imposto sobre Produtos Industrializados
(IPI). Do total, 10% são destinados às capitais e 3,6% a municípios do interior
com mais de 142.633 habitantes. Os demais 86,4% do fundo são repartidos entre
as cidades que tem menos de 142.633 habitantes.
Flexibilização de contratos
Em outro anúncio, a ministra da Gestão e Inovação em
Serviços Públicos, Esther Dweck, anunciou que o governo editará uma nova medida
provisória (MP) para flexibilizar regras de contratação de serviços e obras
públicas, de forma acelerar a reconstrução das cidades
"A gente está propondo algo que seja para outras
situações semelhantes, que possa ser uma legislação perene no Brasil, para
situações de calamidade, como os senhores e senhoras estão vivendo nesse
momento, e que dê segurança aos gestores para poder atuar de forma mais célere
possível. Então, a gente está fazendo uma alteração para flexibilizar as regras
de contratação, obras, serviços de engenharia, de forma bem ampla",
afirmou a ministra.
Novas habitações
O governo federal também pediu aos prefeitos que comecem a
fazer o levantamento e seleção de famílias e terrenos para construção de novas
moradias ou aquisição de imóveis usados. Segundo o ministro das Cidades, Jáder
Filho, os terrenos não poderão ser em áreas que sofreram com inundações.
O governo também deve publicar, em breve, um chamamento
público para que pessoas que tenham imóveis, e queiram vender para fins de
moradia popular, possam fazê-lo para o governo, que estabelecerá um teto máximo
no valor da compra, não informado.
Auxílio Reconstrução
Já o benefício do Auxílio-Reconstrução, que pagará um valor
único de R$ 5,1 mil às famílias afetadas pelas enchentes no Rio Grande do Sul
demandará o levantamento de informações por parte das prefeituras. Uma portaria
do governo federal deverá regulamentar as informações, mas, segundo o ministro
da Integração e Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, os dados incluem
endereço completo, número de telefone do beneficiário, CPF do titular do
benefício e dos integrantes do núcleo familiar. Uma reunião específica com
técnicos das prefeituras deverá ser realizada na próxima segunda-feira (20),
para tratar do assunto.
EBC | Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil
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