Audiência Pública debate a recomposição salarial dos servidores públicos
- 09/07/2024
A recomposição salarial dos servidores foi o tema da
audiência pública realizada nesta terça-feira (09) no Plenarinho da Assembleia
Legislativa por solicitação do Fórum das Entidades Sindicais (FES) e foi
convocada pelos deputados Professor Lemos (PT), Arilson Chiorato (PT), Goura
(PDT) e pelas deputadas Ana Julia (PT) e Luciana Rafagnin (PT).
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)
divulgou, em maio, a inflação registrada no Brasil nos últimos 12 meses. De
maio de 2023 a abril de 2024, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo
(IPCA) somou 3,69%. O indicador é utilizado na definição da data-base, a
revisão salarial anual dos servidores do Poder Executivo do Paraná.
Os sindicatos defendem a correção da inflação que ultrapassa
os 38%, após a divulgação do índice de 2024, que fechou em 3,69%. Os órgãos
representativos das diversas categorias de servidores defendem a reposição,
afirmando que não é aumento de salário e sim, reposição das perdas salariais
acumuladas.
Para o economista, especialista em contas públicas, senhor
Cid Cordeiro, “a data-base dos servidores não é paga desde 2017, inclusive
descumprindo uma lei, que agora está em uma ação no Supremo Tribunal Federal. O
judiciário manifestou-se liminarmente que esta é uma dívida que o governo tem
que pagar retroativamente, enquanto o governo alega que com os reajustes
parcelados que deu nesse período ele cumpriu parte dessa data-base. Nós
avaliamos que mesmo tendo pago, esses períodos referem-se a um período passado
de 2015 a 2017 e o governo ainda precisa ajustar as datas-bases de 2017 a 2024.
Estamos buscando espaço para negociação, enquanto o governo alega que está à
espera dessa decisão definitiva do Supremo. Entendemos que são valores que
deixam de ingressar na economia do estado, no bolso dos servidores e no consumo
dos paranaenses”.
O presidente da audiência pública e da Comissão de Direitos Humanos
e da Cidadania, deputado Professor Lemos (PT) explicou que “essa audiência
reúne servidores de todas as categorias, tanto civis quanto militares, da ativa
e aposentados, com o objetivo de debater a ausência do projeto que o Executivo
já deveria ter protocolado na Assembleia. Os demais poderes já protocolaram e o
Executivo ainda não enviou, e nós temos uma Lei estadual que regulamentou a
Constituição brasileira e também a Constituição do estado, determinando que 1º
de maio de todo ano é a data-base dos servidores. É preciso repor no mínimo, a
inflação medida pelo IPCA. E este ano, o governador ainda não mandou para a
Assembleia o projeto. Nós estamos aqui, neste momento, reunidos com os
servidores e também com lideranças do movimento sindical para fazer o debate e
encontrar soluções. É nossa tarefa, como parlamentares, fazer com que esta Lei
seja de fato cumprida e que os servidores tenham a reposição anual conforme a
legislação”.
O coordenador da Frente Parlamentar das Estatais e das
Empresas Públicas, deputado Arilson Chiorato (PT), declarou que “essa é
justamente uma pauta de direitos adquiridos dos servidores e depende de uma
decisão política do governador. Há espaço orçamentário, há espaço financeiro,
falta agora mandar o projeto para esta Casa e que a gente tenha os mesmos
valores dados a outros poderes, como o judiciário. Já temos um acumulo grande
que chega a quase 40%, dependendo da categoria, ao longo de vários períodos
antes da data-base. O problema da data-base não é aumento, é a recomposição das
diferenças inflacionais”.
Participaram da audiência pública representantes dos
diversos sindicatos que compõe o Fórum das Entidades Sindicais (FES) e a mesa
foi composta pelos deputados Professor Lemos (PT) e Arilson Chiorato (PT), pelo
economista e especialista em contas públicas Cid Cordeiro e pela presidente da
APP Sindicato, senhora Walkiria Olegário Mazeto.
ALEP | Foto: Valdir Amaral/Alep
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