STF faz primeira audiência de conciliação sobre marco temporal
- 05/08/2024
O Supremo Tribunal Federal (STF) realiza nesta segunda-feira
(5) a primeira audiência da comissão de conciliação que vai tratar das ações
que envolvem o marco temporal para demarcação de terras indígenas. Os trabalhos
devem começar às 14h, no plenário da Segunda Turma da Corte.
A audiência foi convocada pelo ministro Gilmar Mendes,
relator das ações protocoladas pelos partidos PL, PP e Republicanos para manter
a validade do projeto de lei que reconheceu o marco e de processos nos quais
entidades que representam os indígenas e partidos governistas contestam a
constitucionalidade da tese.
Além de levar o caso para conciliação, Gilmar Mendes negou
pedido de entidades para suspender a deliberação do Congresso que validou o
marco, decisão que desagradou aos indígenas. A previsão é que as reuniões
prossigam até 18 de dezembro deste ano.
Audiência
O ministro também fixou o número de representantes que o
Congresso e as entidades que atuam na proteção dos indígenas terão na comissão.
A Articulação dos Povos Indígenas (Apib) terá seis representantes.
A Câmara dos Deputados e o Senado terão três membros cada
um. O governo federal terá quatro representantes, que deverão ser indicados
pela Advocacia-Geral da União (AGU), os ministérios da Justiça e Segurança
Pública e dos Povos Indígenas, além da Fundação Nacional dos Povos Indígenas
(Funai).
Os estados terão dois membros, que serão indicados pelo
Fórum de Governadores e o Colégio Nacional de Procuradores de Estado. Os
municípios deverão indicar um membro, a partir de consenso entre a Confederação
Nacional dos Municípios (CNM) e a Frente Nacional dos Prefeitos (FNP).
Tese
Pela tese do marco temporal, os indígenas somente têm
direito às terras que estavam em sua posse no dia 5 de outubro de 1988, data da
promulgação da Constituição Federal, ou que estavam em disputa judicial na
época.
Em dezembro do ano passado, o Congresso Nacional derrubou o
veto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao projeto de lei que validou o
marco. Em setembro, antes da decisão dos parlamentares, o Supremo decidiu
contra o marco. A decisão da Corte foi levada em conta pela equipe jurídica do
Palácio do Planalto para justificar o veto presidencial.
EBC | Foto: Joédson Alves/Agência Brasil
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