Para Pacheco, mau uso de emendas parlamentares é exceção
- 21/08/2024
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), disse
nesta terça-feira (20) que casos de mau uso de dinheiro público não acontecem
apenas com emendas parlamentares e que estas situações devem ser tratadas como
exceção. O senador participou mais cedo
de reunião com os presidentes do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto
Barroso, e da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), além de representantes
do governo, para discutir novos critérios para a liberação de emendas parlamentares
ao Orçamento da União.
“Casos de malversação de dinheiro público, de desvios de
recurso, de mau emprego de recursos podem se dar com orçamento próprio de
município, de estado, da União, com emendas parlamentares, há uma série de
possibilidades de que isso aconteça e isso tem que ser coibido e reconhecido
como exceções que precisam ser combatidas pelos órgãos de controle. Mas não
inviabilizar a execução orçamentária partindo do pressuposto de que tudo está errado”,
disse após a reunião.
Também participaram do encontro o ministro da Casa Civil,
Rui Costa, o advogado-geral da União, Jorge Messias, e o procurador-geral da República,
Paulo Gonet, além de todos os ministros do STF.
Ficou definido na reunião que as emendas parlamentares
ficarão mantidas, mas deverão seguir critérios de rastreabilidade, além da
prestação de contas ao Tribunal de Contas da União (TCU). Para Pacheco, as
emendas individuais, de bancada e de comissão são instrumentos legais e
legítimos de participação orçamentária pelo poder Legislativo, mas devem sofrer
ajustes “para se buscar o máximo possível de transparência, rastreabilidade e
eficiência no gasto público”.
Os representantes dos três poderes na reunião decidiram
manter as emendas parlamentares individuais de transferência especial, as
chamadas “emendas Pix”, desde que elas definam antecipadamente o objeto e a
finalidade dos recursos e que sejam concedidas prioritariamente para obras
inacabadas. Pacheco disse que chegou-se a cogitar a extinção desse tipo de
emenda, mas houve a compreensão de que elas podem ser úteis para a execução
orçamentária do Brasil, especialmente para situações em que há obras
inacabadas.
De acordo com o presidente do Senado, um dos ajustes da
reunião foi a compreensão de que emendas parlamentares são instrumentos
importantes de concepção do orçamento. “O orçamento não pertence exclusivamente
ao Executivo, ele pertence ao Brasil e é feito tanto pelo Executivo quanto pelo
Legislativo”.
Para Pacheco, a reunião foi uma “conversa institucional de
muito bom nível”. “Foi uma demonstração de que a democracia se constrói na base
do respeito às diferenças e divergências e do diálogo, na busca de
entendimentos e consensos, cada poder compreendendo seu papel na nossa
democracia e no nosso estado de direito”, disse.
EBC | Foto: Lula Marques/ Agência Brasil
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