Ministro Barroso diz que reunião equacionou impasse sobre emendas
- 21/08/2024
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro
Luís Roberto Barroso, anunciou nesta terça-feira (20) que os problemas de
transparência e rastreabilidade das emendas parlamentares foram equacionados
durante reunião realizada com os presidentes do Congresso, Rodrigo Pacheco, e
da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, e representantes do governo federal.
Mais cedo, o ministro Barroso promoveu um almoço para
resolver o impasse provocado pelas decisões individuais do ministro Flávio
Dino, confirmadas pelo plenário, que suspenderam o pagamento das emendas
impositivas e as chamadas “emendas Pix” ao Orçamento da União.
Durante a reunião, ficou definido que as emendas ficam
mantidas, mas terão que seguir critérios de rastreabilidade, além da prestação
de contas ao Tribunal de Contas da União (TCU).
Segundo o presidente do Supremo, a suspensão dos repasses a
deputados e senadores foi equacionada na “medida do possível” e nos limites da
atribuição do STF.
“Nós conseguimos enfrentar adequadamente a rastreabilidade e
a transparência, que ficaram estabelecidas de maneira inequívoca e com controle
do TCU”, afirmou.
O ministro Barroso negou que o Supremo tenha validado uma
proposta articulada entre o Executivo e o Legislativo.
“As nossas preocupações eram de natureza constitucional e
institucional quanto à transparência, rastreabilidade e correção da aplicação
desses recursos”, explicou.
Pelo acordo, o Senado e a Câmara terão 10 dias para
cumprirem as novas determinações. Em seguida, o acordo deverá ser homologado
pelo ministro Flávio Dino, relator do caso, e votado pelo plenário da Corte. Os
repasses continuam suspensos até a homologação.
Emendas impositivas
Na quarta-feira (14), o ministro Flávio Dino decidiu que os
repasses das emendas impositivas estavam suspensos até que os poderes
Legislativo e Executivo criassem medidas de transparência e rastreabilidade das
verbas. Esse tipo de emenda obriga o governo federal a enviar os recursos
previstos para órgãos indicados pelos parlamentares.
A decisão foi motivada por uma ação protocolada na Corte
pelo PSOL. O partido alegou ao Supremo que o modelo que emendas impositivas
individuais e de bancada de deputados federais e senadores torna
"impossível" o controle preventivo dos gastos.
O ministro entendeu que a suspensão das emendas era
necessária para evitar danos irreparáveis aos cofres públicos. Pela decisão,
somente emendas destinadas para obras em andamento e para atendimento de
situação de calamidade pública poderiam ser pagas.
Emendas Pix
No dia 1° de agosto, o ministro Flávio Dino suspendeu as
chamadas "emendas Pix", usadas por deputados e senadores para
transferências diretas para estados e municípios, sem a necessidade de
convênios para o recebimento de repasses.
O ministro entendeu que esse tipo de emenda deve seguir
critérios de transparência e de rastreabilidade. Pela mesma decisão, a
Controladoria-Geral da União (CGU) deverá realizar uma auditoria nos repasses
no prazo de 90 dias.
Por unanimidade, as duas decisões de Dino foram referendadas
pelo plenário da Corte na sexta-feira (16).
EBC | Foto: José Cruz/Agência Brasil
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