Governo cria GT para evitar uso do Bolsa Família com apostas online
- 03/10/2024
O Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social,
Família e Combate à Fome (MDS) anunciou nesta sexta-feira (27) a criação de um
Grupo de Trabalho para analisar o uso de recursos do cartão Bolsa Família com
apostas online (bets).
O grupo vai funcionar em parceria com a Rede Federal de
Fiscalização do Bolsa Família e Cadastro Único com objetivo de apresentar uma
proposta, até o dia 2 de outubro, de restrição ao desvirtuamento do propósito
do programa. Ministério da Fazenda, Ministério da Saúde e Casa Civil também vão
trabalhar na ação de forma integrada.
Em nota, o MDS reiterou que os programas sociais de
transferências de renda foram criados para garantir a segurança alimentar e
atender às necessidades básicas das famílias, das pessoas em situação de
vulnerabilidade.
"A prioridade sempre será combater a fome e promover a
dignidade para quem mais precisa", destacou o ministério. "O foco do
MDS permanece firme em garantir que o Bolsa Família continue sendo um
instrumento eficaz de combate à pobreza e à insegurança alimentar."
Banco Central
Nota técnica elaborada pelo Banco Central (BC) e divulgada
na última terça-feira (24) mostrou que os beneficiários do Bolsa Família
gastaram R$ 3 bilhões em bets (empresas de apostas eletrônicas) via Pix em
agosto.
O levantamento foi feito a pedido do senador Omar Aziz
(PSD-AM), que pretende pedir à Procuradoria-Geral da República (PGR) ações
judiciais para retirar do ar as páginas das casas de apostas na internet até
que elas sejam regulamentadas pelo governo federal.
Segundo a análise técnica do BC, cerca de 5 milhões de
beneficiários de um total aproximado de 20 milhões fizeram apostas via Pix. O gasto
médio ficou em R$ 100. Dos 5 milhões de apostadores, 70% são chefes de família
e enviaram, apenas em agosto, R$ 2 bilhões às bets (67% do total de R$ 3
bilhões).
O relatório inclui tanto as apostas em eventos esportivos como
jogos em cassinos virtuais.
Segurança alimentar
O ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família
e Combate à Fome, Wellington Dias, se manifestou sobre o levantamento do Banco
Central na quarta-feira (25). Ele lembrou que os programas sociais de
transferência de renda foram criados para garantir a segurança alimentar e
atender às necessidades básicas das famílias em situação de vulnerabilidade.
"A prioridade sempre será combater a fome e promover a
dignidade para quem mais precisa", destacou o ministro, em nota.
"Nosso foco permanece firme: garantir que o Bolsa
Família continue sendo um instrumento eficaz de combate à pobreza e à
insegurança alimentar. Faremos tudo o que estiver ao nosso alcance para que
esse objetivo se mantenha."
EBC | Foto: Lyon Santos/ MDS
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